quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A busca pela felicidade?


Algumas pessoas vivem seu dia-a-dia de maneira atribulada, seres humanos cheios de afazeres e, consequentemente com pouco tempo para se diponibilizar aos prazeres da vida, tal como a leitura de um bom livro, de um bom artigo, ou mesmo aproveitar coisas simples como curtir o fim de tarde numa rede na garagem de casa, jogar futebol com o filho no quintal, levar o cachorro para passear ...etc. A vida transcorre barreiras ilimitadas de tempo, ela passa as vezes sem ser notada e, muito ocorre de não percebemos o quão importante foi aquilo que deixamos de viver,e talvez venha tardia é a preocupação de querer fazer de uma só vez as coisas que poderíamos ter feito de maneira mais distribuída, daí o jargão ”não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje”.

Ultimamente tenho me deparado muito com esse tipo de pessoa, dessas que reclamam muito, que se sentem cansadas, que dizem viver a vida de maneira angustiada, vida essa que de certo modo exerce uma pressão a tal ponto de fazê-las setirem-se perdidas no tempo, lamuriam, choram, lastimam, mas quando na verdade não fazem lá muitas coisas para mudar o que está ou estaria, de certo modo, sendo nefasto para a vida delas, e até das pessoas que as permeiam(...).

Posso citar um exemplo real, que acontece com um colega meu: entrega-se de ’corpo e alma’ ao trabalho, a empresa, seu trabalho toma dimensões inimagináveis sugando praticamente todo o tempo da sua vida, fazendo-o deixar de lado até a família ou mesmo a companhia prazeiroza dos amigos. Esse colega não deve sequer saber o significado da palabra ’hobby’, muito menos demonstra saber o que é fazer um passeio com a sua pequenina filha ou até mesmo participar de uma ’simples’ excursão ao supermercado para fazer a compra do mês ao lado de sua esposa, enfim, agir de modo mais presente junto a sua família, junto a seus amigos; passar o tempo de maneira agradável e não tão só e simplesmente de maneira maçante, fazendo de sí um refém do seu trabalho.

Além desse colega, muitas são as pessoas que infelizmente demoram para centralizar o pensamento no seu bem estar e também no bem estar de sua família, aliás, quando pensam nisso muitas vezes julgam que tal fato acontecera tarde demais, ouço muito algo do tipo, ”puxa vida, eu trabalhei tanto, viajei tanto pela empresa, fiz tantas coisas paralelas a minha família, que não ví meu filho crescer, nunca fui a uma reunião escolar, não o levei em um parque, tampouco o acompanhei em algum campeonato esportivo, nunca nem fiz coisas que julgava gostar de fazer, como andar de bicicleta, jogar conversa fora na esquina de casa ou mesmo ficar sentado de bobeira embaixo de uma árvore lendo uma revista, portanto não faça como eu, aproveite os bons momentos, são esses os momentos mais felizes que uma pessoa pode ter, com seus filhos, familiares, entes queridos e amigos bem quistos. ”...E, é então que eu analiso de maneira unilateral e me pergunto, por que as pessoas precisam aprender tudo isso da forma dolorosa, construindo sua história regada a dor e não a amor?

Todos nós, simples mortais ante as leis divinas, deveríamos ter a consciencia que a vida passa, o tempo urge, e é errado ignorar e/ou pensar de modo pragmático em nosso eu, na vida em que vivemos, nas coisas que poderiamos fazer, poderiamos programar, poderiamos introduzir, poderíamos, poderíamos, poderíamos...Esse é o mal do ser humano, utilizar muito o modismo ’poderíamos’ e, pouco por em prática o ’podemos’, isto é, muita programação para pouca ação efetiva.

Existem também alguns filmes que procuram mostrar às pessoas que elas devem apreciar mais as coisas simples e boas da vida, um deles foi lançado ha pouco tempo e estrelado pelo astro hollywoodiano Adam Sandler, ”CLICK”, filme esse que conta a história de um indivíduo que se preocupava muito em viver rapidamente as coisas que ele julgava ser monótonas, cansativas ou chatas, fazendo uso de um controle dado a ele por um ser celestial, porém ficou explícito no filme que ao ’pular’ alguns anos da sua vida, ele deixava para trás não só o que ele considerava ser um martírio, mas deixava para trás também as coisas prazeirosas da vida que podiam ter sido feitas nesse período e, o pior, como castigo pela angústia de querer adiantar o tempo, ele descobrira que não existia a opção de voltar novamente aquilo que ele havia corrido, consequentemente ele ’perdia’ o momento já ’vivido’, fazendo uma alusão até as pessoas que pouco tempo disponibilizam para fazer alguma coisa apreciativa seja sozinhos, seja em companhia de pessoas que lhe fazem bem.

Tudo isso e mais um pouco tem a ver com a felicidade, muitas vezes objeto de vitória para muitos, de ansiedade para outros, de esperança para alguns, mas, sempre a felicidade está em pauta no cotidiano dos seres humanos, muitos destes que gozam dessa felicidade avidamente almejada mas devido a uma camuflada máscara ou cabresto que o deixam alheios ao cotidiano moderno, não percebem o quão realizados são por terem o que têm ou fazerem o que fazem.

A angústia toma conta da vida de pessoas que não percebem que a felicidade não é um bicho de sete cabeças, tampouco que ela esteja oculta ao final de um labirinto infinito dígno até da disputa por uma medalha de ouro àquele que a encontrar, aliás, busca essa que promove uma guerra espartana em seu subconsciente, devido a suprema busca incessante pela felicidade.
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A felicidade está conosco, no nosso dia-a-dia, presente fortemente o tempo todo, seja quando abrimos os olhos e enxergarmos o raio de sol entre a fresta da janela, ou quando sentimos o cheiro de terra e do mato no ar ou então quando ouvimos o som de pássaros, de animais, de pessoas também felizes conversando entre sí, ou quando estamos junto de nossos pais, de nossos irmãos, de nossos familiares em geral, de nossos amigos, quando trabalhamos, quando fazemos coisas prazeirosas, enfim, a felicidade está expressa o tempo todo, cada qual na sua devida forma, mas está alí, presente, condizente a nós mesmos, complacentes com nossas atitudes, nossas vontades, jamais distante daqueles suscetíveis aos prazeres das coisas simples da vida.
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Acredito assim que o mais importante é fazermos ótimo proveito dos bons momentos concebidos a nós e, crermos de modo empírico, extirpando assim a áurea cética do ar, que não devemos viver na busca frenética pela felicidade e, sim, que devemos procurar manter a felicidade já existente, comumente instalada dentro de nós, basta obervamos melhor ao nosso redor.
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É isso prezado(a)s!
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O que vocês pensam a respeito?!
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Ótima quinta-feira a todos!
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Saudações!
Rodrigo A Hogera

Um comentário:

Roberta disse...

Olá,
Bom penso eu, que a condição humana é bastante complexa e, que uma das coisas mais dificeis dentro dessa condição é centralizer -se como individuo. A impressão que tenho é que o ser humano não é suficiente para si,não se basta, precisa estar sempre em buca de algo projetando condições desnecessárias, como no trabalho por exemplo,nos estudos, prazeres...e por quê não dizer no além tumulo... Não obteve ainda a lucidez de perceber que a feliciade está dentro de cada um de nós, no justo meio, enfim, acho que até tomarmos essa tal consciência, viveremos correndo atrás de bolinhas de sabão!

bjos amor té rs .

PS: Seu blog está ótimo